Ritmo acelerado? Stop
- Girassóis
- 24 de abr. de 2018
- 3 min de leitura

Vivemos em uma sociedade de excessos. Sofremos de excessos. Adoecemos de excessos. Somos cobrados, pressionados, nos tornamos reféns da própria mente. O bombardeio de informações e o ritmo de vida que nos impomos, ou nos é imposto, produziu uma sociedade ansiosa, que sofre por antecipação.
No livro Ansiedade: como enfrentar o mal do século (Editora Saraiva) Augusto Cury apresenta a Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA). Essa síndrome diz respeito à construção do pensamento. Quando pensamos rápido demais, ou em excesso, violamos o ritmo adequado de formação dos pensamentos. Isso gera consequências para a saúde emocional, entre elas a ansiedade.
Pensar é bom, pensar com consciência crítica é ótimo, mas pensar excessivamente e sem gerenciamento interfere no desenvolvimento de uma mente livre e criativa. Toda vez que aceleramos os pensamentos em excesso, a emoção se perde em qualidade, estabilidade e profundidade. A gente se desconecta.
Vivenciamos o excesso de informação, de trabalho intelectual, de atividades diárias, de preocupações, do uso de smartphones, aplicativos e games. Com esse ritmo acelerado, a mente humana fica superexcitada e acaba sofrendo um desgaste. Nos tornamos reféns da nossa mente.
A sociedade moderna, consumista e rápida, nos faz adoecer coletivamente. Sintomas clássicos de quem sofre do pensamento acelerado são acordar cansado, ter dores de cabeça e musculares, transtornos do sono e deficit de memória. Em casos mais avançados, as pessoas se aborrecem com a lentidão alheia. Ou não conseguem lidar com pessoas mais lentas do que elas. Ficam irritadas quando a mensagem do aplicativo de conversas não foi respondida, quando o computador demorou a ligar ou quando a água do chuveiro está demorando para esquentar.
Estão sempre sofrendo por antecipação. O pensamento rápido demais e sem gerenciamento é responsável por esse tipo de sofrimento, que atinge qualquer um, de crianças a idosos, homens e mulheres, profissionais ativos ou não. O problema é o excesso de dados, que não são usados para gerar conhecimento, o conhecimento que não é usado para gerar experiência, e a experiência que não é usada para modular a construção da inteligência emocional: pensar antes de reagir, colocar-se no lugar do outro, ser resiliente, saber gerenciar pensamentos e sentimentos.
Já se perguntaram qual foi a última vez na qual se permitiram dar uma pausa na vida, olhar o céu, encarar o desconhecido, viajar sem planejar, agir sem esperar retorno, acordar sem olhar o celular, se preocupar com o futuro?
Vivemos em um mundo no qual temos dificuldade para permanecer no tempo presente, tudo nos puxa para fora, as mágoas, os erros, as frustrações, os medos, as preocupações. Ficar preso ao passado ou se preocupar demasiadamente com o futuro elimina a nossa chance real de viver e realizar o que queremos no momento presente.
Como sair desse ciclo vicioso? Tem jeito? Casos mais graves requerem aconselhamento profissional. Mas reconhecer que estamos acelerados e querer diminuir o ritmo, implementando mudanças na rotina já é um primeiro passo. Isso me faz lembrar o livro O milagre da manhã (Editora Best Seller).
No livro, Hal Elrod explica que a forma como você acorda a cada dia e gerencia a sua rotina matinal (ou a falta dela) afetam dramaticamente o seu dia. Manhãs concentradas e produtivas geram bem estar, da mesma maneira que manhãs desconcentradas geram dias improdutivos. Para o autor, ao mudar a maneira de despertar pela manhã, você melhora a sua qualidade de vida. Resumidamente, a prática do livro se baseia em algumas atividades que devem ser realizadas logo ao despertar. Aqui estão algumas:
Silêncio: Essa atividade consiste em manter o aparelho celular desligado. É um momento em que você deverá trabalhar a sua respiração e se conectar com o seu interior através da meditação, oração, ou de um momento de gratidão.
Afirmação e Visualização: liste mentalmente os objetivos que você almeja para o seu dia e a forma como você vê o seu objetivo cumprido.
Exercício: está valendo qualquer atividade física, pode ser caminhada ou corrida, alongamento ou ioga, fica a seu critério, o importante é movimentar-se de alguma forma.
Essas são apenas algumas sugestões. O importante é que você encontre a sua forma de estar em contato com o momento presente. De perceber o seu corpo e utilizar os cinco sentidos para entrar em contato com a sua essência. Ser gentil consigo mesmo é perceber os sentimentos e gerenciar os pensamentos. É elevar a vibração. É aprender a respirar. Vamos tentar?
*Leia na íntegra a entrevista do psiquiatra Augusto Cury à revista Época link
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