"Tudo muda o tempo todo"
- Girassóis
- 30 de abr. de 2018
- 2 min de leitura

“Nada é permanente, a não ser a própria impermanência das coisas”. É esse pensamento budista que me inspira a escrever o post de hoje.
Para quem se interessa pelo lado certinho da vida, talvez o que vou escrever aqui não tenha sentido, contudo, é exatamente sobre sentidos que eu escrevo.
Estou para conhecer alguém que lide facilmente com a finitude das coisas. Das vidas, dos amores, dos empregos e tudo mais que couber na listinha. Vivemos em meio ao controle e achamos que as nossas certezas são o passaporte da felicidade. Quando a vida nos mostra que a permanência não existe, sofremos.
Temos dificuldade para lidar com a impermanência e com aquilo que foge à nossa cartilha. Não importa se está nos fazendo bem ou mal. Temos dificuldade para mudar até mesmo as coisas que não estão bem. Quem nunca adiou o fim de um relacionamento morno? Quem nunca permaneceu infeliz no emprego? Quem nunca esperou na fila e na hora h desistiu de se aventurar na montanha russa? Somos assim porque nos sentimos inseguros com tudo o que é incerto, com o que nos tira da zona de conforto ou não nos parece familiar. E isso mete um medo danado. Por isso nos apegamos à rotina, aos caminhos conhecidos e às pessoas.
Mas a vida não se preocupa com nossos medos, apegos e controles. Às vezes, ela nos dá uma colher de chá e temos a chance de nos planejar. Em outras, ela nos empurra do alto do abismo e diz: está na hora de pular! A gente sente o frio na barriga e percebe que a vida é impermanente. Recriar e reconstruir sempre será possível. É quando a gente percebe a beleza do fim, ou de um novo começo, tanto faz. Não estamos parados, e como diz Lulu na canção, tudo muda o tempo todo no mundo. Nos vemos diante de novas possibilidades e outros pontos de vista!
Outro dia me disseram que eu não sou pessoa linear... Bingo! Quem falou deveria jogar na loteria! Acertou em cheio. Na vida, assim como na geometria, a linha reta até pode ser o caminho mais curto. Certamente, não é caminho mais enriquecedor. A reta limita a descoberta do novo. Você vai de um ponto a outro e para voltar, necessariamente, precisa usar o mesmo caminho. Curvas permitem expansão, amplitude, descobertas. Você vai de um jeito e pode voltar de outro. Não está limitado aos caminhos já conhecidos. Acredito que o movimento é necessário para o sentido e a evolução do que se vive.
Como todo ser humano, tenho meus sonhos, objetivos e propósitos. Contudo, aprendi a buscá-los não apenas no meu espaço, onde alcanço os limites e já decorei os caminhos, mas também, a explorar outros ângulos, planos e direções. Não sou linear. Me permito mais, me desafio mais, me divirto mais. Levo uns tombos também, mas a única certeza que tenho é que tudo é impermanente, a dor e o amor, inclusive nós.
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