Você se sente culpado(a)?
- Girassóis
- 3 de mai. de 2018
- 3 min de leitura

O que eu gostaria de refletir nesse post é sobre o sentimento de culpa.
Dificilmente temos um sentimento que surge do nada. E a culpa é um deles. A gente não nasce sentindo culpa. Ela é reflexo das nossas crenças, da cultura, da religião e da sociedade que ditam a cartilha de como devemos nos comportar e nos relacionar com os outros. E nos sentimos responsáveis quando algo falha.
A culpa está em todo lugar. Chega sem avisar e arrebata as melhores das intenções. Age do sofrimento ao prazer. A culpa dos pais pelos filhos que estão sem rumo na vida, a culpa pelo sofrimento do outro quando terminamos um relacionamento, a culpa do filho pela relação conflituosa com a mãe, a culpa pela nossa impotência diante de algumas situações.
Até nas experiências boas ela não dá trégua! Quando, enfim, você conseguiu realizar a viagem dos seus sonhos, comprou o carro do ano, ou está saboreando aquele doce que adora... Pronto! Lá vem ela de novo! Tanta gente sofrendo e você gastando dinheiro com viagens e coisas materiais, tantas horas de suor na esteira da academia desperdiçadas em uma mordida... quem nunca passou por isso?
A culpa nos invade em função de algo que estamos vivendo e sobre o qual acreditamos não termos domínio. E nos declaramos responsáveis por isso. A boa notícia é que isso não é verdade absoluta. Afinal, será mesmo que estamos com essa bola toda?
Não, não estamos. Não precisamos carregar toda essa culpa. Não precisamos ser vítimas das injúrias, lamúrias e até mesmo das escolhas do outro. Nem somos responsáveis por tudo aquilo que acontece ao outro. Nós somos responsáveis pelas nossas decisões. Isso sim. Pela lealdade aos nossos desejos, necessidades e verdades. Eventualmente, as nossas decisões poderão aborrecer alguém ou causar sofrimento alheio. Excetuando os casos nos quais agimos com dolo, intenção de prejudicar alguém, o resto não é responsabilidade nossa. Isso é do outro. Da carência do outro. Das escolhas do outro. E, também, não se trata de egoísmo ou falta de compaixão.
O contraponto do sentimento de culpa é o sentimento de responsabilidade. Não podemos oferecer o amor que não temos para dar. Da mesma forma que o outro pode decidir não receber o amor que oferecemos. Não somos responsáveis pelos amores não correspondidos. Ninguém tem culpa. Não podemos ter a expectativa de que os nossos filhos vão ter uma carreira brilhante, família linda, casa, filhos e um cachorro. Eles poderão escolher outros caminhos. Inclusive, poderão se perder e ficar à margem do caminho. Não somos responsáveis pelas escolhas do outro, sejam elas certas ou erradas sob o nosso ponto de vista. Ninguém tem culpa. Não podemos sentir mal quando realizamos nossos desejos materiais porque o outro não tem as mesmas oportunidades. Desfrute o seu sucesso e as possibilidades que você tem. Você não é responsável pelo (in)sucesso do outro. Ninguém tem culpa.
A culpa é a imposição de uma responsabilidade que não está sob nosso controle e não é completamente nossa. É a negativa de que as coisas podem falhar. E elas falham, à nossa revelia. E não há problema algum com isso. O mundo não está nas suas costas. As coisas seguem seu fluxo, as pessoas seguem seus destinos, independentemente de você. Relaxe as tensões. Se perdoe. Seja fiel aos seus desejos. A liberdade vai te abraçar e todo o sentimento de culpa irá se desfazer. Você estará livre para viver em paz. Amar de novo. Se desafiar de novo. Correr riscos de novo. Tentar de novo. Recomeçar. Dessa vez sem culpa.
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